quarta-feira, 21 de março de 2012

Declaração de amor ao Capão...

Capão redondo é um distrito pertencente a subprefeitura do campo limpo,na região sudoeste da cidade de são paulo,mas conhecido como extremo sul da capital.Localiza-se a cerca de 18 quilômetros do marco zero da cidade,com cerca de 300,000 moradores,mas do que muitas cidades do país.
Capão,quebrada,periferia,favela,vila,são vários  os termos que definem o capão,eu prefiro chamar de lar,um lugar onde passei minha adolescência feliz e tenho orgulho em morar aqui.As condições aqui não são favoráveis,vivemos a margem da sociedade quase esquecidos,longe dos bairros da elite,longe do emprego,da faculdade,longe de tudo.A poeira aqui ainda sobe do recente asfalto,as crianças ainda dão a luz a outras crianças,a policia ainda da enquadro,oprime o preto pobre trabalhador só por precaução,os moleques escutam o seu funk no ultimo volume,atormentando os vizinhos,as pessoas passam por dificuldades,como a maioria dos brasileiros.Mas aqui,tem muita gente que tem esperança e mesmo com a falta de condições vai a luta,acorda cedo vai trabalhar,vai estudar e não contam com os pais pra bancar,correm atras do sonho,de um futuro diferente do dos país.
Aqui a quebrada é feia sim,feia pra quem só olha para as casas sem acabamento e os moleques correndo na rua descalço,pra quem olha além e vê alegria no sorriso do preto,pobre e favelado vê o que realmente importa.

Orgulho em ser favela...

sábado, 10 de março de 2012

Vida

O ódio transborda de lugares distintos mas todos levam ao um único principio.
Em mas um dia comum e cinza,marina se levanta da cama e olha o céu que a espera e sente vontade de sumir,mas um dia comum naquele escritório,atras daqueles papéis,olhando os mesmos rostos sem expressão que mas lembram restos humanos, apáticos,sem alma,correndo contra o tempo para satisfazerem seus chefes eternamente insatisfeitos,não a como entender essa logica da vida.Pensou muito antes de sair da cama,naquela manhã tediosa de segunda-feira.Pensava na vida,em tudo que tinha conquistado até aqui e chegou a conclusão que não tinha muitas coisas,alguns livros empoeirados,cds,um apartamento de aluguel e chegou ao um consenso,dava pra sobreviver,pelo menos não tinha os país por perto para prestar contas.
Consegui tomar coragem e foi para o seu martírio de anos.O porteiro,o patrão,os sorrisos falsos,tudo aquilo era encenação de mas para uma pessoa,precisava de vida.Aquela noite precisava de vida...
Ao final do expediente,parou no primeiro bar que encontrou,sentou,acendeu um cigarro,pediu uma cerveja e consegui relaxar,coisa que não acontecia a anos.Consegui observar o bar,as pessoas que entravam,saiam,o mundo a sua volta.
Os olhos, despretensiosos,reagiam a cada boca,mão,cabelo,sorriso que cruzavam o seu caminho,tudo a interessava.Resolveu ir fumar la fora,do outro lado da calçada.Um cara apareceu e pediu o esqueiro emprestado,ela o observou,os olhos se cruzaram,eles começaram a conversar,o papo flui horas a fio até ela se dar conta que o bar já estava fechando e só restavam os dois na rua.O interesse que aquele rapaz tinha despertado nela era evidente,os olhos a denunciavam,a boca se mordia de desejo,sem perder tempo ela o encostou na parede e se beijaram,naquela noite ela seria feliz....

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Liberdade

O que te liberta é o que te aprisiona.
O medo das incertezas,é o que te faz prosseguir na linha reta e intransponível.
A barreira que não quebra é a sua prisão,te fazendo só lembranças de algo que nunca existiu,que nunca se sentiu.
A liberdade de seus sonhos é um doce veneno que te iludi e te aprisiona,lê fazendo sonhar com algo que nunca vai se encontrar.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Ano que vem

A angustia dos últimos dias do ano andavam a incomodando.Aquela alegria nas ruas não era algo convencional,as pessoas felizes por acharem que iam começar algo novo sendo que era tudo ilusão.Dia 31 de dezembro,dia 01 de janeiro e dai?Como as pessoas conseguiam ser burras a esse ponto?Como não perceber que isso é uma estrategia do mercado,do governo?As pessoas eram burras e isso a irritava profundamente.
Naquele dia precisava ir ao centro,solicitar a segunda via da certidão de nascimento,da primeira só restavam os pedaços.Chegou ao cartório,esperou um pouco.A moça que a atendeu disse que ia demorar uns 20 dias,ou mas,para ficar pronta:
-Sabe como é,fim de ano o pessoal não esta muito afim de trabalhar,agora só ano que vem!
Como ano que vem?E dai que é fim de ano?Só pensou,deu um sorriso e foi embora.
A como odiava o fim de ano,os falsos sentimentos de solidariedade,de amor ao próximo,os especias da tv,a odiava também roberto carlos,odiava muitas coisas.
Parou no vale do anhangabaú,olhou no horizonte e só consegui enxergar as carcaças com suas sacolas cheias de falsas esperanças.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"tire seu sorriso do caminho,que eu quero passar com a minha dor"

"Tire seu sorriso do caminho,que eu quero passar com a minha dor",a música não sai de sua mente,a noite anterior também não.Mas uma briga,mas uma discussão,mas uma quase agressão.As coisas andavam se arrastando a tempos,aos frangalhos.
O amor já não pedia mas passagem,naquele relacionamento só existia espaço para o desamor.Devia ser isso que acontecia com os casamentos milenares,tudo acabava em desamor,em ódio,mas por comodismo,ou qualquer outra coisa,se permanecia na mesma casa,na mesma cama,mesmo não suportando mas aquela velha cara,se mantinha a aparência,a falsa felicidade.
Enquanto pensava,tomava uma cerveja tentava aliviar o tédio,esquecer os desagrados da vida.
Estava cansada,queria construir uma vida nova,renascer,se reinventar,mas por comodismo ou falta de coragem,permanecia passível a tudo.Vivia sem reação tudo lê parecia igual,sem sabor,sem cor.Nascimentos não a comoviam,morte de parente,assalto do vizinho,tudo passava diante do seus olhos sem lê despertar uma só reação,uma lagrima,um sorriso,nada.
A vida lê causava algum tipo de repulsa.Em sua mente doentia não existia significado para a vida.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

oriente médio

As revoltas,as guerras civis no oriente médio,são a voz de um povo oprimido tomando força.O oriente vive imerso em seu fundamentalismo,em seu extremismo,em seus homens bomba,em seu alcorão,são anos de opressão,de regimes ditatoriais de quase 30 anos,de tortura de um povo, caindo por "terra".

O oriente médio,está acordando de um sono profundo e a internet tem um papel fundamental nessa revolução pois,na sua maioria,os jovens desses países usaram as redes sociais para se organizar e protestar,através dessas iniciativas virtuais,os atos se tornaram reais e tiveram grandes vitorias,como no egito,a renúncia do ditador hosni mubarak depois de trinta anos no poder,uma explosão de alegria tomou as ruas do cairo e a populção cantava em coro "o povo derrubou o regime",nenhuma nação suporta ser oprimida e o oriente médio está acordando.

A unica saída para uma sociedade justa é a democracia,é o direito de ir e vir,de escolha,de voto,de poder escolher democraticamente atraves do voto quem representará a nação e cobrar dos parlamentares o que não está sendo feito,ou o que está sendo 'roubado',e exercer a cidadania,não basta colocar alguem no planalto é necessário acompanhar o que está sendo feito,essa é a única saída para uma nação livre.

day bavaroti

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

resiguinação

era uma quinta-feira, completavamos sete anos de casados.
como sempre você havia feito a torta de chocolate que comeriamos após a troca de presentes.
por esse motivo, resolvi não lhe contar que havia sido demitido.
enquanto me barbeava notei uma ferida em minha fronte.
mas por ser o nosso aniversário, fingi não tê-la visto.
"como foi no trabalho?"
"tudo bem!"
eu te dei um anel que parecia um brilhante, você me deu uma gravata que fingia ser de seda.
ah! antes que eu me esqueça, foi durante o jantar que percebi uma ferida, igual a minha, em seu pescoço.
mas era nosso aniversário de casamento...
"é lindo!"
"é linda!"
"te amo..."
"amor..."
no dia seguinte sai cedo, fingi ir trabalhar, mas passei o dia sentado em uma sarjeta olhando as pessoas a passar, tentando imaginar para onde iam, ou quantas como eu, fingiam ir a algum lugar.
no banho dessa manhã notei outras feridas pelo meu corpo.
foi um longo dia, como todos de minha vida.
pensei em tentar acreditar em deus...
mas não sabia o que era preciso para isso.
talvez, baste apenas dizer: "eu acredito!"
e assim as pessoas pensaríam que de fato acreditam.
senti-me assustado.
quando voltei para casa, tinha febre, te beijei e notei que teu rosto também ardia.
fingi não perceber, você fingia sentir-se bem.
terminamos o dia fingindo assistir televisão.
"como foi no trabalho?"
"bem."
por mais alguns dias fingi ir trabalhar.
quando, por fim, o dinheiro acabou, confessei haver perdido o emprego.
você fingiu estar tudo bem e disse que logo encontraria um melhor.
eu tentei fingir que acreditava, você fingiu um abraço.
"querido!.."
"querida."
a cada dia, de forma violenta, pioravamos!
nossas chagas brotavam da pouca carne sã que nos revestia.
mesmo assim você fingia não sentir dor e eu não sofrer.
"esse detergente que compramos ressecou minha mão. não sei por que peguei o odd..."
"vá descansar um pouco querida. deixa que eu seco a louça."
você disse algo sobre procurar um médico.
eu fingi não ter ouvido, você fingiu nada haver dito.
ao aproximar-se, a morte tornava-nos cada vez mais semelhante.
você fingia não ver o meu sofrimento, eu fingi um sorriso.
"querido."
"querida..."
na noite de ontem, você tentou fingir não estar morrendo, mas hoje amanheci sozinho.
a meu lado havia algo que fingia ser você.
quando cerrei os teus olhos, não pude mais te reconhecer.
eu perdi a capacidade de fingir.
agora, não sofro tanto.
procuro aceitar melhor os fatos.
não sei por que um sonho que tive quando ainda era criança ocupa meus pensamentos...
eu estava num circo abandonado e todas as pessoas do mundo eram vampiros.
meus parentes, meus amigos, meus amores...
todos vampiros!
ai eu me lembro daquela velha frase: "aquilo que não é corpo não é parte do universo...
e, como o universso é tudo, aquilo que não é corpo não é nada - nem lugar nenhum."

augusto